“O autoconhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que se ‘tornou consciente de si mesma’, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento.”  B. F. Skinner

Nossa busca na vida é por estabelecer relações, sejam elas sociais, de trabalho, pessoais ou amorosas. Buscamos relações construtivas, harmoniosas e equilibradas e que, consequentemente, nos traga felicidade. Porém, vivemos tempos de pessoas desequilibradas, frustradas, enfermas, que reclamam de seus trabalhos, de suas vidas, de seus relacionamentos. Há uma profunda angústia existencial e uma falta de sentido real na vida.

Arrisco dizer que muito desse descompasso de sentimentos tem relação com a forma como fomos educados, pois somos condicionados desde a infância a nos espelhar no externo, no outro. A construção de nosso ego se dá pelo outro, como diria Osho, “quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. O nascimento é isso.”

E assim passamos nossa vida, orientados pelo externo, na tentativa de agradar o outro, satisfazer suas necessidades e desejos para sermos aceitos, amados, integrados. O que acontece é que vamos, lentamente, matando uma parte divina dentro de nós. Nossa Essência.

Aquele EU que sabe quem de fato somos, que conhece nossas reais capacidades e que sabe o que veio fazer neste mundo, mas por estarmos tão preocupados com o externo, com as expectativas dos outros, da sociedade, nós esquecemos de ouvi-lo.

E passamos a nos esconder atrás de uma máscara irreal de ser. Tentando agradar a todos, deixamos de vibrar no nosso melhor. É como se fossemos um pássaro, mas quisemos nadar, pois o céu não é suficiente. Um sentimento de inadequação aflora, pois parece que dentro de nós pulsa algo maior, mas ele não tem forças para se manifestar, e um vazio existencial nos invade.

Ocorre que, na maioria das vezes, deixamos que apenas nosso lado sombra se manifeste. Aquele lado de nossa personalidade que não está elaborado e que não aceitamos muito bem, e que, constantemente, insistimos em negar, pois uma vez que estamos regularmente mirando o externo temos pouco tempo para nos conhecer e aprender a lidar com nossas frustrações, dores e mágoas.

Por outro lado, às vezes, parece que tudo caminha bem em nossas vidas, mas aquele sentimento de vazio insiste em existir. Esse é um aviso de que precisamos investir um tempo em autoconhecimento, pois é um processo necessário quando se quer avançar, ir além. Gosto de comparar o autoconhecimento com uma visita a um lugar desconhecido; é sempre bom possuir um mapa e um roteiro, pois arriscar iniciar essa viagem sem plano, na certa é perder tempo e dinheiro.

O autoconhecimento é uma chave para reconstruir indivíduos, pois ele permite a introspecção, a reflexão e a observação de si mesmo, sem julgamento. Olhar para nossa vida contabilizando as conquistas, os ganhos, os acertos, confraternizando-nos com eles avaliando quais as habilidades, os talentos, os valores que estavam presentes em determinadas situações, reforçando o que há de bom em nós.

É também um momento de reconhecermos nossas fragilidades, mas não para nos penalizarmos e sim para que, com imparcialidade, possamos olhar nossas falhas em busca de melhores atitudes e comportamentos.

“A chave para gerenciar os outros de maneira efetiva é aprender a se gerenciar primeiro. Quanto mais você conhece a si mesmo, melhor poderá se relacionar com os demais, a partir de uma posição de confiança, segurança e força”  Hendrie Weisinger

Texto publicado também na revista digital Executiva News

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