Desde 2020 a situação está tensa para todos nós. A pandemia, as perdas (pessoas, empregos, economia em frangalhos…), as mudanças de rotina que mexeram com nossas estruturas físicas, mentais e psicológicas.

Estamos vivendo um cenário marcado por altos índices de problemas de saúde mental e emocional (Síndrome de Burnout, Depressão, Ansiedade, Estresse…) e os temas: dificuldade de dormir, descansar, relaxar e o esgotamento mental têm sido frequentes. Perdemos totalmente os limites entre o pessoal, o profissional e o lazer. O trabalho home office, as atividades escolares online, as reuniões e encontros entre amigos e familiares virtuais, todas as relações estão sobrepostas. Os ambientes e as relações estão emaranhados como nunca estiveram antes.

Além disso, as cobranças, sejam elas internas ou externas com relação ao desempenho e à alta performance nunca foram tão severas e as informações e as mudanças tão velozes.

Perdemos nosso ritmo natural, não observamos mais o nosso tempo, não contemplamos e não desfrutamos mais da pausa, desaprendemos o parar, vivemos em função de ticar tarefas.

De acordo com o professor e filósofo Byung-Chul Han, em A Sociedade do Cansaço, “A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos da obediência”, mas sujeitos de desempenho e produção. São empresários de si mesmos.”

Todos agora são estimulados a serem “suas melhores versões”, dar conta de tudo, há uma avalanche de estímulos e informações. As redes fazem com que sejamos especialistas de tudo.

Até que ponto essa autocobrança tem sido saudável à nossa saúde mental?

Temos visto a cada dia, mais e mais pessoas com dificuldade em desacelerar, parar, relaxar, dormir, ficando depressivas, doentes. Não há um momento sequer de desconexão das redes e das telas.

Muitas vezes estamos exaustos… cansados, mas ainda assim, nossa mente não para. Deitamo￾nos, tentamos relaxar, adormecer, mas ela está lá, bombardeando a gente de pensamentos aleatórios, tarefas, mensagens, cobranças…

Será que é o nosso excesso de controle, perfeccionismo, autocobrança, insegurança, orgulho?

Nosso lado super? Aquele que se acha infalível, insubstituível… Qual será o nosso maior vilão na hora do descanso?
Talvez a gente esteja colocando um excesso de expectativas na vida. Soltar e permitir o fluir da vida colabora com nosso bem-estar. Desacelerar, tem a função de nos fazer reconectar com os chamados de nosso corpo, voltar a sentir seus ritmos.

O descanso é saudável e necessário para a reposição de energia de nosso corpo e mente. Os insights criativos, as grandes ideias, normalmente surgem após um tempo de desconexão, por isso é tão o mais importante voltar a valorizar nossos tempos de pausa.

Encontrar algo que nos agrada, uma atividade prazerosa, um hobby, um passeio na natureza, a contemplação pura e simples do belo. Retomar a simplicidade pode nos trazer a leveza de volta. Vamos experimentar?

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