Escolhi ser secretária aos dezessete anos, quando iniciei como auxiliar administrativo em meu primeiro emprego e percebi que a área administrativa tinha muito a me oferecer. Formei-me em Secretariado Técnico e, posteriormente, na graduação, cursei Letras Inglês-Português, após alguns anos, especializei-me em uma pós-graduação em Assessoria Executiva e em Tradução Espanhol-Português e hoje já contabilizo mais de vinte anos dedicados à profissão.

Secretariar, para mim, sempre foi muito prazeroso, apesar dos contratempos, das urgências, dos dias de fúria. Auxiliar, controlar, organizar, planejar e facilitar a vida dos empresários atendidos, superar os desafios e poder constatar os resultados sempre foi muito gratificante. Exercer o secretariado é praticar dia a dia uma multifuncionalidade incansável, pois apesar de muitos acharem que é suficiente saber atender telefonemas e conciliar agendas, as atividades vão muito além disso, e é preciso um perfil proativo, organizado, planejador, focado em resultados, além de uma visão estratégica, para compreender e atender a todas as demandas.

Desenvolvi-me em empresas em que estive sempre ao lado do diretor proprietário, em empresas nacionais e, apesar de todo meu desenvolvimento, entrei em zonas de conforto e vacilei em atirar-me ao mercado muitas vezes. Assim, permaneci na empresa em que atuo hoje por dezesseis anos, mas tudo na vida tem suas recompensas. Quando imaginei que não haveria mais espaço para crescimento, fui convidada a assumir a Gerência Administrativa de uma unidade. Às vezes, o reconhecimento só vem com o tempo, aprendi que apresentar resultados e um bom trabalho, ser discreta e leal, além de ter paciência foram virtudes recompensáveis.

Confesso que era um grande sonho, mas daqueles que a gente acalenta escondido e pensa que somente outras pessoas realizarão. Era um sonho, mas também um grande desafio. Trabalhar em uma unidade em que eu nunca havia estado, com uma equipe nova, trinta quilômetros distantes da minha casa e com muitas dúvidas e incertezas, mas lá fui, com a cara e a coragem e meu perfil empreendedor.

Um dos meus primeiro desafios foi implantar a Gestão Integrada da Qualidade, sendo a Representante da Diretoria de uma unidade que eu quase não conhecia com processos ainda muito novos, em seis meses, foi meu primeiro grande obstáculo superado.

Hoje, após seis anos nessa função, percebo que os medos e a insegurança fazem parte de toda caminhada e que precisamos estar sempre abertos ao novo, aos desafios e ao conhecimento todos os dias para nos superarmos sempre. Precisamos ser melhor todos os dias, não melhor do que ninguém, pois cada ser é único, mas hoje, ser sempre melhor do que ontem. Nossa meta deve ser a de superarmos a nós mesmos diariamente.

E para que eu pudesse atingir as metas e atender as demandas e expectativas da nova função, as habilidades secretariais sempre foram minhas aliadas. Acredito que tudo que desenvolvi, deveu-se ao planejamento, a visão estratégica e o foco em resultados aliados a um comportamento focado em pessoas, com escuta ativa e pronta a solucionar problemas, tendo uma gestão eficaz da informação e o desenvolvimento da liderança que sempre me acompanharam e que acredito me fizeram assumir essa função.

A gestão de pessoas, o comportamento humano e o autoconhecimento sempre fizeram parte de minhas pautas de interesse, assim, para continuar melhorando e atendendo cada dia melhor, voltei a estudar, aprofundando-me em entender um pouco mais as pessoas, esse capital humano que move todas as empresas.

Sempre busquei me aprofundar no comportamento humano, a busca por autoconhecimento me fez crescer profissionalmente, mas principalmente, me fortaleceu como pessoa. Porém, nem tudo que cresce no jardim são flores… e a vida nos mostra que apesar de estarmos em constante aprendizado, é preciso também estar vigilante para não cair nas acomodações e quando a gente acha que está tudo dando certo, que já temos todas as respostas, a vida vem, e nos apresenta novas perguntas. Digo isso, pois eu achava que estava tudo certo em minha trajetória profissional e que somente colocaria em prática um antigo sonho que era estudar psicologia quando me aposentasse, mas resolvi antecipar meu sonho e por em prática algumas ações.

Não comecei pela psicologia, mas sim pelas Terapias Holísticas, que me mostraram um universo maravilhoso, pois apresentam uma forma ampla de enxergar o ser humano, como disse Aristóteles, na Metafísica, “o todo é maior do que a simples soma das suas partes”, assim, apresentando uma visão do indivíduo integral, levando em consideração todos seus aspectos – físicos, psicológicos e energéticos.

Essas terapias visam promover o equilíbrio do corpo, o bem-estar e o relaxamento das tensões, bem como promover o autoconhecimento, abrindo espaço para que processos de cura e auto cura ocorram. As técnicas de terapia complementar e integrativas ganharam tanto espaço que o Ministério da Saúde já reconheceu seus benefícios, implantando algumas técnicas na rede pública, tais como Reiki, yoga, meditação, musicoterapia, arteterapia, etc. e posso garantir que muitas das técnicas nos auxiliam a entrar em contato com nossa Essência e buscar o equilíbrio emocional e energético.

Mas eu ainda queria mais, assim, parti para a formação de Coaching Integrativo, uma metodologia que reúne a técnica do coaching, com arteterapia e a psicologia transpessoal e que auxilia as pessoas na busca de seu verdadeiro poder e propósito. O coaching nos faz olhar para frente, para nosso futuro e desafios, fazendo-nos abrir nossa caixa de ferramentas e perceber quais são as mais adequadas para a construção da vida que realmente queremos.

É um processo que nos leva a reconhecer nossos talentos e o potencial que pode estar adormecido em razão de estarmos presos às nossas crenças que nos impedem de alcançar nossos resultados. E é dessa forma que sigo, além do secretariado, auxiliando pessoas em suas buscas pessoais.

Texto publicado também na Revista digital Executiva News